Ao contrário do que foi publicado em alguns veículos da mídia, a categoria dos aeronautas não rejeitou proposta de 11% de reajuste salarial das empresas aéreas para renovação da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho). O índice de 11% é, inclusive, a pedida de pilotos e comissários para a renovação —de forma a unicamente garantir a reposição inflacionária e sem nenhum aumento real.
Em assembleia realizada na segunda-feira, a categoria rejeitou proposta das empresas que previa reajustes escalonados por faixas de salários e não retroativos à data-base de 1º de dezembro. Apesar de relativos a 2015, os reajustes seriam concedidos ao longo do ano de 2016 —sendo a última parcela somente em novembro, às vésperas do vencimento de mais uma data-base.
Ou seja, na prática a categoria ficaria quase dois anos sem reajustes nem mesmo para reposição das perdas com inflação.
A proposta apresentada pelas empresas e rejeitada na segunda-feira oferecia:
— Salários até R$ 1.500,00: 5,5% de reajuste em fevereiro e 5,5% em junho;
— Salários de R$ 1.500,00 a R$ 10.000,00: 2% de reajuste em fevereiro, 3% em junho e 6% em novembro;
— Salários acima de R$ 10.000,00: valores fixos (R$ 300,00 em fevereiro, R$ 500,00 em junho e R$ 1.100,00 em novembro).
Em contraposição a essa proposta, a categoria decidiu na assembleia justamente pedir 11% de reajuste para salários e demais itens econômicos, retroativo a 1º de dezembro.
Nesta quarta-feira (27), haverá uma rodada de negociação entre aeronautas e empresas, determinada pelo ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho.
Se houver uma nova proposta das empresas, a mesma será apreciada em assembleia dos aeronautas convocada para sexta-feira (29). Caso a proposta seja considerada insuficiente, ou seja, caso não atinja nem mesmo a reposição inflacionária do período, uma segunda assembleia na sexta-feira, a ser convocada, irá decidir sobre uma greve da categoria.